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quarta-feira, 6 de março de 2013

Crimes - Pequenos erros, grandes consequências

"Uma das nossas memórias - a de longo prazo - é particularmente falível. Recordamo-nos de situações que nunca aconteceram a não ser na nossa mente. Trocamos datas. Confundimos rostos. Transformamos ideias em acontecimentos reais. E acabamos por mentir convencidos de que estamos a falar verdade. 

O CASO EXEMPLAR DE UMA FALSA MEMÓRIA
Como se incriminou um inocente!

A senhora Toni Gustus foi assaltada em sua casa e violada por um desconhecido. Este manteve o rosto destapado pelo que ela pôde memorizá-lo. Um mês depois a polícia apresentou-lhe um homem que ela reconheceu como tendo sido o violador. Chamava-se Eric Sarsfield. 

A senhora Gustus recordava-se de pormenores, incluindo os do rosto. O incriminado Sarsfield não conseguiu defender-se com sucesso e os jurados consideraram-no culpado. Esteve preso 14 anos.

Por fim, quando ele saiu da prisão, o advogado do "criminoso" pediu à senhora Gustus para se encontrar com ele. Embora tivesse hesitado, consentiu.

E agora reparem no que aconteceu: no instante em que se cumprimentaram, a senhora Gustus viu em Sarsfield algo de que nunca se lembrara antes, mesmo durante as várias sessões do julgamento! O senhor Sarsfield tinha os dentes tortos e não dentes perfeitos como garantira anteriormente, quer na polícia e no tribunal. E, não obstante, os dentes eram bem visíveis e, segundo veio a confirmar-se, já eram tortos desde a adolescência!

De repente, a memória da senhora Gustus, clarificou-se passados todos aqueles anos. Mais: acabou por reparar em outros pormenores que não condiziam com o verdadeiro violador que nunca foi identificado e, portanto, capturado.
.....
A influência que as emoções têm neste género de crimes (tal como na pedofilia e outros) levam a desvios cognitivos e no cérebro formam-se imagens que deturpam a verdade.

É muito importante que a Justiça leve finalmente a neurociência a sério e o conhecimento que atualmente se tem de como funciona o cérebro humano - coisa que não tem feito. Se o marketing já o faz porque não a Justiça?

Fica o alerta.

Nelson S Lima
(o caso acima relatado está registado nos arquivos da Justiça norte-americana e foi revelado em vários livros e estudos académicos)"


"DESVIOS COGNITIVOS

Finalmente há os desvios e os preconceitos inconscientes. Os desvios cognitivos referem-se a qualquer situação em que uma pessoa, sem se aperceber disso, age em contradição com as suas intenções. Levam-nas a cometer erros graves de julgamento. Já os preconceitos inconscientes referem-se a juizos e sentimentos, geralmente descriminatórios, do qual não temos conhecimento mas que estão alojados na nossa vida mental e influenciam os nossos comportamentos (atitudes, escolhas, decisões, etc.).

Será que tudo isto é um defeito do funcionamento do cérebro? Não, definitivamente não é. É a forma como vemos o mundo e como entendemos a realidade. Quando assistimos a algo envolvemos não apenas os sentidos mas também as emoções. E quando o fazemos estamos sujeitos a ilusões, erros de percepção e falhas de atenção. Tudo junto (e não é só isto) resulta numa leitura do que entendemos por realidade com um determinado significado. Uma leitura da realidade que advém do facto do cérebro ter sido "feito" para ser mais rápido do que exato (muitas vezes tomamos decisões em cerca de 100 milisegundos antes de pensarmos na ação tal como reagir a um perigo súbito). Foi assim que se formou ao longo dos últimos 2 milhões de anos."




https://www.facebook.com/a.saude.do.cerebro

Uma boa observação sobre algo que acontece muito. 



Rute.

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